sábado, 23 de agosto de 2014

A Alvorada


 
Foto adaptada: Khimaereus
 
 
 
Afogo-me na Palavra

que se condensa no leito,

folha branca,

o verso imperfeito.

O que brota dos dedos

não é deste Mundo.

É algo que atravessa o Céu

e mergulha no Mar profundo.

 

À luz negra da noite,

mato a sede no leito sombrio

donde regressam coisas ocultas.

Sufoco nas Palavras

que não ouves.

Dou-me em Silêncio.

 

Ninguém me ama, é certo,

mas deixo-me ir na corrente

e sei que me encontrarei

no próximo cais

do teu olhar.

 

Respiro ausente.

mantenho-me oculta

no Mar de Palavras nuas

e frias

que esse mar salgado

revela quando deixo

o meu coração bordado

com linhas de água.

Assim corro para ti.

 

Na alvorada dos sentidos

sei que tudo se tornará

mais límpido.

3 comentários:

  1. [....e pisar sobre estrelas e acordar serena]

    beijo

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  2. Fabuloso poema, parabéns

    Beijo, bom fim de semana.

    http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

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  3. Boa tarde

    Simplesmente maravilhosa forma de escrever poesia. Lindo de ler

    Feliz Domingo

    Deixo cumprimentos
    ***********
    http://pensamentosedevaneiosdoaguialivre.blogspot.pt/


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