Foto: Eduard Alt
Quando estou só
existe a voz calada no fundo.
Quebram-se as grades por dentro.
Abro a janela para o Mundo.
Lavo o corpo.
Dispo a alma.
Sento-me calma
com esperança que venhas.
O Sol vem de passagem
e a Lua revela-me na escuridão.
O poema brilha
lento,
sonolento
arrancado pela raiz
de dentro de mim,
quando grito o teu nome.
Tudo ressoa longe
no Espaço do Silêncio.
Surges e caímos
num buraco negro.
Entramos em outra dimensão.
Não sei se é real
ou pura ficção.
Quero apenas ver o teu brilho natural.
Não levantes os pés do chão.
As tuas palavras beijam-me
com a sua língua
que conheço.
Cada sílaba é uma luz
que preenche o vazio do céu.
Só lá estamos tu e eu.
Quero-te
de desejos despidos.
Quero que os sentidos
tenhas
acendido.
Não há limites no Tempo.
Iluminamos o verso.
Vou longe.
Fico perto.
Agarro a Lua.
Como as estrelas.
Prendo o teu beijo no espelho.
Olho para ti e vejo o Fado
que nas estrelas fica traçado.
Agora não faças perguntas.
Agora não te dou respostas.
Não quero que me decifres
num mapa astral.
Quero que nasças no meu poema
que é bidimensional
num único Universo:
o Nosso.
Prezada Ana Pereira seus poemas são profundos, de beleza sem igual, que encantam nosso coração até quando cansado, adormecido pelas lides diárias. Parabéns!
ResponderEliminarVisite e assine meu Canal ESTAÇÃO DA POESIA no You Tube.
https://www.youtube.com/user/estacaodapoesia/