quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Desvenda-me

 
Foto: Graça Loureiro
 
 
Se conhecesses o meu Silêncio

saberias

que ele é repleto de gotículas,

pequenas letras que tombam

sobre as folhas caídas

do teu olhar.

 

Saberias que ele não

é feito de gestos

mas de tempo parado.

É aí que teço os versos

em caminhos diversos

da minha pele.

É o meu Fado.

 

Abro as asas para o vazio.

Penduro a Lua no céu

numa fase nova.

Escondo o Sol

atrás do corpo.

 

Ao meu manto

de seda descartável

diante de ti,

digo adeus.

Ficarei oculta

em cada palavra tua.

 

Fico longe do mundo terreno.

Os fantasmas invisíveis abandonam

o meu sono.

Agarro o que é celeste.

Adormeço no Abismo

de algodão.

Sinto as carícias desenhadas

pela tua mão.

 

Desvenda-me,

anónima,

pelo avesso.

Sou eu, apenas.

2 comentários:

  1. Lindo, maravilhoso!

    Beijo, bom fim de semana
    http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

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  2. Belíssimo, Ana!
    Deixei-me levar pela leveza do seu Poema... Que bom...
    Obrigado e um grande abraço!

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