sexta-feira, 29 de abril de 2011

Entre aspas


Entre "aspas" sou a espada  de dois gumes que fere e por vezes mata os pequenos "seres" a que se dá vulgarmente o nome de sentimentos.
Quando tento dialogar, faço com alguma frequência, monólogos em que os dois pontos o iniciam mas.... muitas vezes fico com um travessão de sentimentos que me trespassa o corpo e a alma e me deixa simplesmente sem palavras.
Deixo de saber o que dizer e por isso grito que não sou eu, colocando assim um ponto de interrogação na minha mente que me faz enumerar aquilo que sou, trespassando tudo isso  com virgulas.
Contudo, guardo num parêntices bem apertado tudo isso e partilho respeitando o limite da palavra  mas sem colocar nunca um ponto final naquilo que sou.

terça-feira, 12 de abril de 2011

São rosas, senhor



São rosas senhor, as que trago no regaço

Aquelas que colhi no jardim
Com a certeza que não se esquecerá de mim.
Ofereço  a beleza que reflete a essência do que sinto por si.
É uma beleza morta bem sei, aquela que lhe ofereço
Mas sei que me oferece mais do que aquilo que mereço
É pouco bem sei o que trago nas minhas mãos tão vazias de si
Mas tão cheias de fantasias e desejos.
É uma simples donzela que oferece rosas
Rosas com delicadeza
Rosas com beleza
Rosas que escondem a dor
São rosas o que lhe ofereço
Rosas em botão como se fossem beijos
Os espinhos como se fossem lembranças….
E o perfume como o afrodisíaco que povoa a mente dos inocentes.

sábado, 2 de abril de 2011

Pelos teus lindos olhos....


Pelos teus lindos olhos ofereço- te apenas as palavras que deslindas com o teu olhar
Ofereço-te o meu querer e aquilo que vejo,

E vislumbramos por entre o véu o vazio do silêncio.
E é isso que te ofereço hoje:

As palavras nunca ditas

As palavras nunca vistas

As palavras rasgadas que encontro pelo chão

aquelas que encontrei quando rasguei o nosso perdão

As palavras nunca ouvidas

As palavras mentidas por entre sorrisos rasgados

As palavras que foram ditas num olhar

As palavras que foram punhais

As palavras que deixaram tatuagens no corpo despido da escuridão

Que se cobre envergonhadamente com o véu

Que esconde a imperfeição

Daquilo que sou….

O silêncio das palavras gritadas num sussurro ao ouvido de quem as lê....