domingo, 28 de abril de 2013

O Naufrágio


Nos lençóis, ondas do mar

os nossos corpos foram naufragar

Quando eu me dei e tu também.

Entreguei a Saudade

Agarrei-me ao teu desejo.

Naufragámos juntos

mas contiveste-me nos teus braços.

Fiquei com os lábios magoados

com fome da tua boca:

ânsia urgente de te ter presente.

Os beijos ficaram ancorados em ti

sob o céu

E tu, com as tuas mãos viajantes

foste ao infinito de mim (profunda e longamente).

 

É meu o teu Amor

É meu o teu corpo

É minha a tua voz

E tudo o que me dás.

 

Agora deitados no divã

Não existe esperança vã.

Apenas no nosso tempo,

numa noite ou dia qualquer

Morremos entrelaçados.

Ficamos sós, alheios do mundo,

deixando o Tempo correr certo

E o Destino ser escrito

no Livro que o (nosso) Amor

deixou aberto.

domingo, 21 de abril de 2013

Quando te beijo


Resgatamos as estrelas

que caíram descuidadas.

A noite madruga

E os violinos tocam

Enquanto o rio escorrega tranquilo

E o Sol flutua no céu.

Quebra-se a penumbra.

O corpo está frio

O silêncio devasta as entranhas

Num desespero profundo.

No coração da floresta esse silencio penetra,

onde os segredos ocultos rodam,

Lobos discretos

Com esconderijos secretos.

Algo se agita e faz o coração palpitar

As tuas pupilas começam-se a agitar

E a tua alma fica acesa,

quando te beijo. 

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Desafio para os leitores

Quais os textos que na vossa opinião têm a melhor inspiração?
 
Fico a aguardar respostas por email ou através de comentário
Na página do gmail Inspirem-se.
Até lá boas inspirações.

sábado, 13 de abril de 2013

Onde me deito


Passo as noites acordada

Estou velha e fraca

Sinto que a força me abandona

Quando deixo de pensar em ti, Amor.

Penso em ti para te amar.

Penso em ti para te ver.

Penso em ti para te encontrar.

Atraso os ponteiros do relógio

Fico no intervalo do anoitecer e amanhecer.

Pouso a cabeça no teu peito

Para te ouvir pulsar.

Mantenho os sentidos despertos.

Não durmo.

Quando adormecer já não estarás aqui.

Na minha loucura

Creio que posso dar-te a Lua

Para que fiques com a alma que é tua,

E derramo a minha caneta de tinta no teu horizonte

Onde me deito para pensar.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

O encanto


Despi o amor
Tornei-me um corpo vazio
Via o mundo ao contrário
Achava as coisas estranhas
E as dores tamanhas
Bateram à porta

Amor entra à vontade pois já esperava que voltasses
Não me olhes dessa maneira
Já te conheço bem demais
Mas conheço esse olhar
Não lhe resisto e tu bem sabes.
Tenho raiva que seja assim.
Podes tocar no que vês pois é teu.
 
Ouve-se um canto profundo
Vindo do fim do mundo.

Meu amor, quero que fiques à vontade.
Não quero que vás
pois é muito possível que amanha te peça para voltar.
Tenho as mãos abertas e os olhos fechados para as histórias de encantar
Já não sou Cinderela
Tenho muito pouco para te dar.
Sou a bruxa má que comeu a maçã
Mas afinal quem ficou encantado foste tu
e quem caiu (nos teus braços) fui eu.