sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Essa alma que pintas


Pintas e delineias com a caneta o rosto da alma que amas.
Essa alma desconhecida, essa alma que devaneia e tantas vezes não tem razão
Pintas esse retrato com a naturalidade com que respiras
Como se morresses amanha e nunca mais a “visses”
Essa alma tão distante que vagueia por essa rua
Tão nua como ela
Tão fria como o gelo que te escorre por entre os dedos
Mesmo assim continuas a amá-la.
Mesmo sabendo que ela é louca mas que mantém solta o poder da liberdade
Essa alma que se banha nesse rio tao límpido que espelha as linhas do seu corpo
Esse rio que desagua no mar
E que estende os seus braços para a abraçar.
Alma com beijos frios e salgados
Que esperas que um dia se tornem mais doces e menos amargos.
Alma eterna fugídia que se esconde atrás das palavras que escreves
E que morre no ponto final
Mas que revive na tua alma que pões na ponta da caneta.

sábado, 5 de novembro de 2011

Caminhos lavrados por ti


Bate-se a porta devagar
Olha-se só mais uma vez.
Deseja-se estar lá,
Odeia-se estar aqui
E o silêncio permanece na ausência
mas continua tão presente na memória....

Estendem-se os braços para os espaços vazios
Preenchem-se os os silêncios
Com os soluços contidos.
Cala-se o grito da revolta
Com um até breve
E fica-se assim
Com a lágrima que lava a alma.

Lavram -se assim os caminhos da saudade
Esse sentimento de recordação
Que nos relembra muitas vezes
Que todos bem lá no fundo
temos um coração de papelão.