Pinta a
janela.
Desenha-me
onde a noite
começa.
Atravesso a
penumbra.
A água
rendilhada,
adormecida
no fundo do copo
estremece
com o sopro
do teu toque
contra o meu
corpo.
Derramo o
rendilhado
no chão
armadilhado
pelo desejo
de ti.
Reescreves-me
poro por poro.
Fazes das
palavras
Água.
Deixo-me
diluir
na tua
língua.
Percorres-me
inteira
as veias
do meu ser.
Desperto
submersa
nos timbres
esquecidos.
Fico na
fronteira da tua voz.
Estamos sós.
Inunda-me a
ternura.
Ato-me nos
teus dedos.
Perco o sentido
do tato,
quando
revelo o teu retrato
em olhares
letrados
que tudo
dizem.
Deixas o
cheiro na raiz da pele.
Deixo os
meus cabelos caídos,
doces
lembranças
de um Amor
renovado.
Amanha um
poema irá abraçar-te
e eu irei
beijar-te
em Silêncio.
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