Foto: J. Casielle
Não olhes para mim.
Ainda não acordei
a minha alma.
Não conheço
pontualidades.
Apenas interrogações.
Está tudo suspenso
no meu Mar de escuridão.
Não me procures.
Estou refugiada atrás da
porta
que guarda pessoas.
Dentro das gavetas
escondem-se Palavras sem
voz.
Quando lhes tocamos
sabemos que não estamos
sós.
Não contes o tempo para
me ver.
O Tempo passa depressa
e eu faço horas
para não correr com Ele.
Faço compassos de silêncios
de Palavras insuportáveis.
Torço-as para fazer
jorrar a memória.
É assim que fotografo
e conto uma história.
Não te aproximes quando,
estendo as Palavras.
Elas mordem-me os
lábios.
Ferem-me.
Caio em abismos
distantes.
Há nevoeiro.
Ele nada tem.
Preciso de um astrolábio
para me orientar e
encontrar a Paz.
Não sei se ela vem.
Não me sigas!
As Palavras
desconhecidas
dão-me asas
e Norte.
Voo e parto para a
Morte.
Crio atalhos
no mar movediço.
No corrupio
ouço o que não dizes.
Morro no Mar de Letras
que me beija.
Não olhes para mim.
Já não estou aqui.
Poema Fantástico!! Adorei
ResponderEliminarBeijos, bom Domingo
http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/
Nenhum de nós está aqui quando se quer, nem mesmo quando se procura e julga encontrar, pois não passamos de vago sonho virtual. A realidade, essa, é bem mais cruel, se encontrada entre palavras metaforizadas pela imaginação criativa, ainda que caldeada pela sensibilidade... e exposta à luz de quem talvez a não entenda como expressão da arte que nem sempre é vida e quase nunca é letal.
ResponderEliminarQuem, amiga, quem andará aqui?... Recuso-me a viver aqui. Evito viver em outro lado, mesmo quando parece que vegeto: entretenho o tempo, ou ele me entretém a mim. E assim os dias correm em direcção ao desconhecido...