Foto: Igor Voloshin
Estou empoleirada na tua alma.
Canto uma música sem palavras.
Desperto incendiada no teu pensamento.
Parada no tempo dás-me asas cortadas
nos versos que me escreves.
Teces o meu vestido
com linhas de tinta.
Encostas-me às margens.
Não há fuga possível.
Desfias-me.
Remendas-me.
Sou nó.
Cega de ti.
Apertas-me num abraço
como um botão de rosa.
Assim sinto-me em casa
contigo.
Tornas-me singular
para encontrar
múltiplas formas de me definir.
Sou um poço sem fundo
mas mergulhas no meu mundo.
Ouves o meu canto de abismo.
Somos um canto fechado
entre quatro paredes.
Torno-me um corpo alado
a teus olhos.
Vejo-te como sei.
Passo os dedos pelos teus lábios
sedentos de mim.
Fecho-me em copas
e calo a tua boca num beijo sem fim.
Deitas a cabeça
no meu regaço.
As linhas cujo traço
ilumina as minhas asas
à luz negra da noite,
torna-me Rainha de Sombras.
Boa tarde
ResponderEliminarParabéns pelo fantástico poema! Adorei
Bom fim se semana!
Beijos
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