Tenho palavras para te
dizer.
Procura-as nos espaços.
É lá que se estreitam os
laços.
Nunca (te) vi Amor.
Sempre tive os olhos
abertos.
Os braços sempre
estiveram desertos.
Sempre estive longe.
Tu estiveste um pouco
mais.
Deverias estar mais
perto.
É uma loucura de quem não
quer estar deserto.
Somos corpos
desencontrados.
Irrompem os gritos
calados.
Deslumbro-me com o teu
Silêncio.
Danço com as Sombras.
Aguardo-te na Solidão
perfeita das Palavras.
Rompe a luz
da janela fechada.
Há tempo!
É pelo buraco da
fechadura
que surge a luz
prateada.
Enterro-te vivo.
Esquartejo-te no papel.
Ficas fragmentado:
Há virgulas;
Interrogações;
pontos.
Espanta-te!
Ainda te desejo.
Escrevo sempre no
pretérito imperfeito.
Na cama onde estás,
Não te peço tudo.
Quero aquilo que não
dás.
Mas agora estás morto.
Sei-o pois consigo
sentir a tua ausência no peito.
Foi um crime perfeito!
Dilui-me no papel
branco.
Sou tinta.
Escorro.
Surgem palavras bonitas
de ler!
Não morro!
Revelo-te.
Surge apenas o que
interessa.
Fica o Amor
na folha impressa.
É assim que toco nos
teus segredos,
quando toco o teu corpo
com os dedos.
Alongo-me na margem.
Beijo-te.
Estendo os braços.
Nesse momento sei
que o Amor não é uma
miragem.
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