sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Os Amantes


Antes que o Sol beije o orvalho,

As minhas asas desfazem-se

antes que amanheça.

Deitas-me no poema virgem.

Pode ser que o Amor aconteça!

 

Vieste livre,

Arrastado pelos versos

alinhados na poesia.

Prendi-te para Sempre!

Até um dia!

 

Parece que chove!

Ainda bem!

Abrigo-me nos teus braços.

Se ficar com frio

já sei do que preciso:

Colocar-me debaixo da luz

do teu sorriso!

 

Entrelaçamos os dedos.

Toco nas tuas mãos nuas.

Ambas estão quentes.

Não são as minhas,

 são as tuas.

Dispo a Saudade

que estava à flor da pele.

Deixo-a cair aos pés da cama.

Talvez fique perdida nas tuas mãos.

Talvez a leve, de novo, comigo.

 

Procuras o meu corpo

Com palavras labiais.

Impercetíveis!

Não as sei pronunciar.

Sinto o sangue a pulsar.

Os gritos afloram na pele.

A minha boca fechada,

fica do avesso virada

por ti.

 

Estamos abraçados no nada.

Repousas nas luas do meu peito.

Espalhas estrelas pelo teto e pelo leito

Para festejar a nossa morte.

Foi um crime perfeito!

As palavras estão espalhadas pelo ar.

Fogem de nós!

Partem com o vento.

O poema fica vazio,

inscrito na nossa nudez completa.

Vestimos a Saudade

que surge tarde.

Ficou a repousar à cabeceira.

 

Partimos com as aves,

Pousados em asas cortadas.

Nada nos separa.

Nem mesmo a Liberdade.

Salvam-se assim os Amantes. 

2 comentários:

  1. Que lindooooooo! Poxa, eu nem posso ler essas coisas bonitas! Meu blog é um diário (tento ser bemhumorada) sobre minha tentativa de superar um término de noivado. Daí leio um poema como o seu e quase caio aos prantos de novo. Parabéns! Seria uma honra ter sua visita (diariosuperacao.blogspot). Abraços!

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