Estou no manicómio.
As Palavras são pedras
duras
unidas pela ternura
e pintadas com a cor da
Loucura.
É o Sol que brilha.
Está tudo dourado.
Julgo estar no lugar
errado.
Não sou louca.
Falo com seres imaginários.
Faço parte de um mundo
encantado.
Apenas isso.
No quarto estou isolada.
Olho as paredes
demasiado puras.
Anoiteceu.
A noite não é para ter
sonhos.
Aviva a loucura
do fundo dos teus olhos
É hora de enfrentar os
medos.
Usa a ponta dos dedos.
Escavo a minha sepultura
com a caneta de ternura,
procurando um sonho.
Um resto de mim.
Cheira a álcool.
Caio na vertigem de
Palavras.
Ando em cima de limites não
definidos.
Fico a baloiçar agarrada
à corda de palavras repetidas.
São o eco da inconsciência.
Volta!
Há um beijo que se
aproxima,
quando no fim do verso
há a rima.
Não posso voltar!
Morro quebrada pela
cintura,
quando tento ordenar as palavras
soltas
e domestico a criatura.
Emerge o Monstro
Sagrado,
Um poema inacabado.
Fala de palavras não pronunciadas,
palavras caladas,
emergentes de mãos vazias.
Ecoarão na madrugada.
O poema existe para além
do fim.
Não existimos.
Nem Alma possuímos.
Ficamos apenas com o
beijo
dos lábios poéticos:
Papel frio de Liberdade.
Triste,sentido e lindo poema
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