sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Quando te invento


As cortinas são negras noites.
É atras delas que solto a minha loucura.
As minhas Palavras são o avesso da alma.
Algo se avizinha.
Vejo da minha janela.
É um pássaro que trás a Liberdade
quando estou sozinha.
O relógio perdeu os ponteiros.

O Poema é a janela
que me permite olhar para dentro.
A minha pele é o papel ardente
e os teus dedos a tinta
que escorre docemente.
Cortas a boca pela metade.
Retiras-me o último suspiro.
Caio junto da palavra nua.
O meu coração fica leve.
Pousas a mão no meu rosto.
Todos os espelhos se partem.
Não vejo o reflexo da despedida. 

Amanha voltarei a dar-me a ti.
Fica o poema sempre inacabado.
É assim que te amo: quando te invento.

3 comentários:

  1. Mais um belíssimo poema.
    Gostei imenso.
    Ana, minha querida amiga, tem um bom fim de semana.
    Beijo.

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  2. A sua alma é inspirada mesmo...

    Beijos e flores.

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