quinta-feira, 21 de novembro de 2013

As linhas com que me teço


As margens abrem os caminhos.

O poema corre pelos caminhos

trilhados em linhas paralelas.

Ganha alma esse corpo que desconheço.

Entre o meu corpo e a poesia

não há distância:

apenas um mar imenso de fantasia.

 

Tudo é fantasma.

Escapas-me por entre os dedos.

Estico as mãos.

Ficas longe do coração.

Não estás preso a imagens.

Não posso olhar-te.

És como o rio: foges sempre de mim.

 

Apenas queria ser a tua sombra.

Apenas queria ser a tua insónia.

Apenas queria mergulhar no teu peito

e como um pássaro selvagem,

com as minhas asas esquartejar

as lembranças e ser real.

Apenas queria sentir-te palpável

como aquilo que escrevo

nas linhas poéticas com que me teço. 

1 comentário:

  1. "Apenas queria mergulhar no teu peito
    e como um pássaro selvagem,
    com as minhas asas esquartejar
    as lembranças e ser real."
    Gostei imenso do teu poema, é magnífico.
    Querida amiga, tem um bom fim de semana.
    Beijos.

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