Varreste as folhas de outono
da minha rua.
Senti uma ventania em mim.
Ouve-se o gemido
dos pássaros que estão a passar.
Sinto vontade de correr e voar.
Há negras águas
e a alma está leve e pura.
Rasgo águas ocultas.
Sinto que atravesso a porta da loucura.
Molho corpo no rio
que me prende na corrente
enquanto desliza como uma serpente.
Na pele escorrem os silêncios.
A chuva traz o teu sentir.
As palavras estão sem limites.
Nada as ampara.
Ardem nos meus olhos.
Tenho as mãos gastas.
As palavras não são pronunciadas.
Deito o meu corpo doente
na pedra quente
pois não estás.
A chuva reflete o meu corpo no Céu.
Fecho os olhos e adormeço.
Hoje não te falo de Saudade
mas da chuva que cai.
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