quinta-feira, 14 de novembro de 2013

A chuva que cai


Varreste as folhas de outono

da minha rua.

Senti uma ventania em mim.

Ouve-se o gemido

dos pássaros que estão a passar.

Sinto vontade de correr e voar.

 

Há negras águas

e a alma está leve e pura.

Rasgo águas ocultas.

Sinto que atravesso a porta da loucura.

Molho corpo no rio

que me prende na corrente

enquanto desliza como uma serpente.

Na pele escorrem os silêncios.

A chuva traz o teu sentir.

 

As palavras estão sem limites.

Nada as ampara.

Ardem nos meus olhos.

Tenho as mãos gastas.

As palavras não são pronunciadas.

 

Deito o meu corpo doente

na pedra quente

pois não estás.

A chuva reflete o meu corpo no Céu.

Fecho os olhos e adormeço.

Hoje não te falo de Saudade

mas da chuva que cai.

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