domingo, 17 de novembro de 2013

Para ser inteira


As noites de papel são brancas.

Vazias.

Estou só.

Os meus olhos morrem na folha

onde me invento

nas paisagens que crio

quando me sento.

 

Sou um pássaro caído.

Perco as asas

para os versos que suspiro.

Durmo, assim, num embalo

como se nunca tivesse acordado.

Vejo formas na minha parede.

Há gestos e vozes inexistentes.

As sombras dançam para mim.

Falam das Palavras que brotam em mim.

As lágrimas começam a escorrer

das nascentes voltadas para o Infinito.

É aí que te agarro sem te ter.

 

A porta está aberta.

Na sua soleira o Silêncio vira costas.

A Solidão acaricia a minha face.

Ecoam as Palavras.

Desperto.

 

Apenas tenho de estar sozinha

para ser inteira.

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