sábado, 7 de junho de 2014

A Rosa

 
 
Posso despir-me, é certo.

Posso lancetar a minha pele.

Rasgá-la.

Deixar a cicatriz.

Fechar os olhos.

Esquecer que o fiz.

 

Hoje não!

 

Não há ruído

na melodia que trago

nos dedos.

 

Não há rasgos

na seda cristalina

que despe o meu corpo.

 

Há um arrepio

na minha mente.

São as tuas mãos

que me tocam

indiscretamente.

 

Traço-me com linhas silenciosas.

Banho-me no rio

que invade o jardim.

Sei que nesse momento

olhas para mim.

 

Estendo-te as folhas que escrevi

Pediste-me e, com amor, me despi.

Tudo fica morto

na raiz do meu mundo.

Entranças a beleza da flor

que beijas com fervor

para conheceres o centro do seu desejo.

 

Revolves a minha alma.

Libertas um desejo enraizado

no perfume que no meu corpo

trago guardado.

 

Acendes a magia dos meus olhos.

Tocas (me) para mim.

Algo fica parado

num mundo encantado,

criado para nós.

 

Apago a minha presença.

Floresço em Palavras

como antes

numa essência de amantes.

 

Hoje sim!

Ofereço-te a rosa

que tenho escondida

no meu vestido.

1 comentário:

  1. Boa tarde Ana Pereira

    Lindo... Lindo demais!!

    Beijinho
    Bom fim de semana.

    http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

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