Foto: Andreas Day
Num poema de inverno
encontro o retrato
abstrato,
sombrio.
Vejo-o na esquina das
coisas visíveis,
no contorno
de coisas impercetíveis.
Apago-me no papel.
Torno-me tátil.
Sou a libertação
de versos armadilhados
que me deixam
no abismo da Solidão.
Rasgo os papeis.
Divido-me em silabas
soadas numa noite
qualquer.
Invento coisas comuns
para dizer.
Há algo que fica.
Há o grito que não termina.
O espelho não é claro.
Desfoca-me.
Traço-te.
Desfaleço no teu
sorriso.
Atas-me.
Soltas-me
em linhas indiscretas.
Desfaz as minhas
palavras.
Devora-me.
Enreda-me na teia
sem voz.
Delira.
Cai na armadilha.
Sê meu.
Desassossega-me
(outra vez).
Bom dia Ana Pereira
ResponderEliminarQue maravilha de poema. Parabéns.
Votos de um excelente Domingo.
Beijinho
http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/
Desassossego... é lembrar o que passou e não se quer modificar...
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