sexta-feira, 9 de maio de 2014

Morre dentro de mim


 
 
Foto: João Bordalo Malta
 
 
 
Pé ante pé,

silenciosamente,

bates à porta.

Sobressaltas o meu corpo.

Sei que não estou morta.

 

Sentas-te ao piano

e tocas uma melodia.

Nada sei escrever.

Tu és apenas poesia.

Rodopio, meu amor,

por ti,

na simplicidade do que vês.

Apenas com um vestido

que encobre a nudez.

 

Lancetas-me a voz.

Soa o eco do silêncio.

Beijas-me a boca.

Não sei se é real ou se estou louca.

 

Não recolhas o que resta.

Pode ser que a noite não passe.

Prende-me.

Deixa-me lá no fundo.

Enterra-te e faz-me defunto.

Apenas dá-me um ultimo sopro.

Faz o que quiseres com o meu corpo.

Exaltarei no fim.

Corta-me a respiração.

 

Ficam as estrelas caídas

no meu cabelo apanhado.

São recolhidas no teu colo,

meu leitor apaixonado.

É assim que o poeta faz.

Permite-lhe partir com alguma Paz.

 

Rasgo-me.

A (rrisco) tudo o que sou.

São esses laços invisíveis

que deixam os sonhos visíveis.

 

Danço contigo.

Sei que o mundo é seguro,

quando me encontro no escuro

encostada à tua distância.

Sinto-te.

O Poema é o Fim.

Morre, agora, dentro de mim.

3 comentários:

  1. Bom dia

    Parabéns pelo maravilhoso poema. Adorei..


    Beijo e um bom Domingo.

    http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

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  2. Tenho que dar parabéns por cada postagem.

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  3. Sei que o mundo é seguro, quando me encontro no escuro encostada à tua distância.
    Que poesia!

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