Num tubo de ensaio
bem esterilizado
coloco o Amor que é um bom solvente.
Junto apenas o que a Alma sente.
Esta experiência irá servir para quem?
Nem eu sei bem.
Não se procura densidade.
Não se procura afastamento.
Tem de haver é Liberdade
para ter.
Temos em mãos um solvente
que dissolve quase tudo.
Até o que não se consegue ver.
Neste caso não usamos a ampulheta
para medir o tempo de reacção.
basta contar rapidamente
os batimentos do coração.
Sobe a temperatura.
É o ponto de ebulição.
Tem cuidado que está quente.
Pode haver uma explosão.
Misturamos bem o solvente e o soluto.
Obtemos a homogeneidade.
A pura solução.
Não se pode separar.
É o que diz a Lei da União.
Não há, dizem, regra sem exceção.
Quando a temperatura desce
e fica á temperatura ambiente,
tudo se destila.
Fica tudo separado novamente.
Resulta o absinto
no fundo do tubo.
retiro um pouco com a pipeta.
Não irei provar como a Julieta
ou como o Romeu.
Não me recordo quem o bebeu.
Fica a amostra.
Fica registado
que o Amor se não for bem cuidado
pode levar a um mau resultado.
No Amor basta ter um tubo de ensaio
e ir experimentando para não ficar Só.
Bem dizem que o Amor utiliza a Química
que existe em Nós.
Bom dia Ana Pereira
ResponderEliminarMuito bonito, o poema...Parabéns!
Bom Domingo
http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/
Você escreve poesia como se estivesse andando pelos corações mais desavisados do mundo, alertando-os como a vida é bela, o quanto de bom e maravilhoso existe nela. Parabéns!
ResponderEliminarNão será um poema muito melódico, mas encerra uma filosofia excelente: não é só o cativar que produz amor, mas o saber cuidar para o merecer e dele usufruir. E é lindo como mensagem e fez-me recordar o saudoso António Gedeão-
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