Foto: Graça Loureiro
Olhei para o
espelho
e despenteei
o cabelo.
Coloquei a língua
de fora.
Não vi palavras.
Não podia
escrever.
Afinal o que
estava a acontecer?
Dizem que a
poesia
corre nas
veias.
Fui explorar
essa ideia.
Elas não estavam
salientes.
Sempre tive
problemas na análise.
Precisava de
beber
um cálice
de (ab)sinto.
Talvez
descobrisse
palavras no
fundo do copo.
Suspirei.
Nada!
Eu sei
que onde a
luz termina,
exilo-me.
Eu sei onde
me deito.
Sei por que não
durmo.
Não tenho
sonhos.
Não existe
rumo.
No meio do
caos,
abriu-se a
porta.
Apanhei um
susto.
Estava
sentada meia torta.
Olhei a
folha rasurada
onde escrevi
algo a vermelho:
Trago o medo
no meu peito.
Escrevo para que não padeça.
Aguardo que algo aconteça.
Espero que o encanto
que me enlaça por dentro,
solte por fora
o grito que ecoa
dentro de mim.
Hoje fica
algo em tons de sangue.
Tudo o que
brotou
dos meus
dedos,
quando tudo
ficou estanque.
Deixou à
vista
linhas
pulsantes
que
percorrem o poema
que ficou à
flor da pele.
Boa noite
ResponderEliminarPoema lindo de se ler.
Beijo, bom fim de semana.
http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/
Assim acontece, quando se sente a consciência de que o tempo nos ultrapassa...e nos deixa sem tempo-com tempo, que nem sabemos para que nos serve...
ResponderEliminar