quinta-feira, 17 de outubro de 2013

No teu mundo


Passo a noite a escrever.

É no silêncio dos versos

que nos encontramos

e falo de nós.

 

Caminho isolada.

Dou o meu corpo ao avançar.

Não tenho sonhos.

Reescrevo as emoções.

Agarro-me a tentações.

Os poemas desaguam no papel.

São poemas desertos.

 

O olhar afasta-se.

Há o Adeus silencioso.

Escondo-me atrás do tempo.

A luz fica inquieta.

Na minha solidão

sinto o pulsar do coração

quando me sento

para espelhar a minha alma.

 

Vejo-te na minha cama feita de nada.

Mordes o meu Silêncio.

Lanço-me sem medo no teu colo,

meu aconchego.

Consigo ver com clareza.

A tua boca é o meu Sol.

Bebes o prazer que escorre pelo meu dorso.

Acaricias-me lentamente o pescoço.

Surge o medo que me consome:

perder quem no meu corpo morre.

 

Tive medo de olhar no fundo dos teus olhos.

Os meus dedos embriagados

ressuscitam as loucuras e fantasias do Amor.

Tudo é possível.

Fechei os olhos.

Na tua boca encontrei o Céu:

O prazer infinito,

O sabor do fruto amadurecido

Uma tentação ou o fruto proibido.

 

Passei a mão pelo teu sorriso.

O teu beijo durou um infinito segundo.

Foi assim que morri nos teus braços,

que foram, por uma noite,

o meu mundo.

 

3 comentários:

  1. Poemas como este nunca são desertos...!

    Um abraço

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  2. "Passei a mão pelo teu sorriso.
    O teu beijo durou um infinito segundo.
    Foi assim que morri nos teus braços,
    que foram, por uma noite,
    o meu mundo."

    Maná poético :)

    http://planopalavras.blogspot.pt/

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  3. O teu beijo durou um infinito segundo.

    Foi assim que morri nos teus braços,

    que foram, por uma noite,

    o meu mundo.

    Adoro esta parte!

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