sexta-feira, 11 de outubro de 2013

O Reino do Silêncio

 
Foto: Acácio Santos
 
 

A casa está deserta.

A janela está fechada.

As flores da jarra secaram.

Não existe luz.

O relógio marca o tempo passado.

As aves namoram as estrelas que cintilam

como os meus olhos quando te amo.

 

O Silêncio fala-me ao ouvido

Para me aconchegar,

quando o horror aparece.

Não é distante de mim.

Tenho medo porque me quer alcançar.

Tenho medo que o Sol se torne Lua

durante o dia.

 

As Palavras revelam o lado negro.

São frias como gelo.

São cortantes como punhais.

Não têm eco.

Ninguém as ouve.

Recosto-me na cadeira.

O corpo estremece.

É um jogo sangrento.

Sinto que o meu corpo desfalece.

 

O Sol ensonado quebra

Os momentos de penumbra.

Surge a alegria da madrugada:

A tua chegada.

Na tua mão deposito a minha.

Ninguém vê que estão dadas as mãos.

Estás escondido num cantinho do meu coração.

 

Renasço selvagem.

Renasço em ti,

Quando me enforco nos teus braços.

Quebra-se o Silencio.

Ele foi esmagado pelas nossas mãos.

3 comentários:

  1. Maravilhosa... alguém que nos inspira e vivemos a sua espera.

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  2. Logo no início do poema voei no tempo. Lembrei de ter entrado em mais de uma casa que era "deserta". Não sei como explicar a sensação, mas é muito estranho.

    Beijos

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