sábado, 4 de outubro de 2014

Renasceste


 
 
O arco não fere as cordas vocais.

As melodias entram pela noite.

A ária é um suspiro.

Fecho as pálpebras

e tento ausentar o que atormenta.

É uma batalha perdida.

 

As Palavras estão na raiz do Medo.

São elas que brotam das pontas dos dedos.

Fico no Limbo.

Mantenho o caderno pautado

na gaveta guardado.

Não vai demorar muito

para o ter agarrado.

 

Formo corredores de Morte.

Os versos são um esqueleto

reduzido ao pó

acumulado na gaveta.

Sufoca-me esse respirar.

O tempo é relativo.

Parece que teima em parar.

 

Coloco os restos mortais

sobre a mesa.

Tento sem floreados,

encontrar o motivo da tristeza.

Partiste para outros olhares.

Deixaste o perfume

do passado

esculpido no papel amarrotado.

Rasurado.

 

 

Acordam as sombras.

Há algo vivo

que está comigo.

Acaricio o papel

como se fosse a tua pele.

Sou uma pétala de um malmequer

caída.

 

Recolho-me nas horas mortas.

Busco um Sorriso Nosso

nas tuas Palavras.

Renasceste em mim!

1 comentário:

  1. Boa noite Ana Pereira

    Que lindo o teu poema, adorei

    tem um otimo Domingo

    beijos
    http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

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