domingo, 26 de outubro de 2014

A Inspiração


Onde a luz morre,

acaba o exilio.

Emerge o corpo

em tempestade.

Escorro fria,

(Ar) raso-me.

 

A Lua esconde-se

envergonhada.

Ainda é nova.

Fica corada.

 

Um copo

de palavras

no fundo da gaveta.

Tenho vontade de enterrar

a chave na porta.

E encerrar-me em ti.

 

Bebo água fresca.

Julgo que as palavras

que te direi

serão frias.

 

Espaço.

Abismo.

Impulso.

Verso límpido.

Incoerente.

 

Deixo-me levar na corrente.

Fuga total.

Regresso às raízes.

 

Na penumbra

algo me dedilha

o sentido.

O desejo surge dos pés.

 

No final,

guardo-me dentro de uma caixa.

Lá no fundo,

sei que te encontrarei

pois repousas

nas coisas móveis e imutáveis.

 
 
Chamas por mim.
 
 Inspiras-me.

3 comentários:

  1. Super fantástico!!

    Beijinhos

    http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

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  2. Muito bonito...gostei muito de ler.
    Deixo cumprimentos

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  3. Ana que belo versar!!!
    Leio, o meu eu, em todas as suas linhas!
    Maravilhoso. Sedutor. Ardente!!

    Beijos

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