sábado, 11 de outubro de 2014

Brincando com as Palavras



   Foto: Gubenko Ruth
 
 
 
Pessoalmente me dirijo a ti

dizendo-te o que faço e

verbalizo:

Amo-te

Desejo-te.

Quero-te.

 

Deito a sombra no chão:

uma folha de papelão.

Faço de conta que és meu.

É determinante.

Possessivo, eu sei.

É isso que fica demonstrado nesta frase.

 

Não me ordenes nada.

Não vou escrever nada.

Não és imperativo para mim.

Não me faças declarações.

Não me perguntes nada.

Não sei!

 

Serei simples.

Dir-te-ei sim ou não

para mudar a forma do que desejas ouvir.

É um monossílabo.

Pequena palavra.

Grande poder.

 

Se para tudo fazer sentido

é preciso um sinal,

sou incoerente.

Não sou sinaleira.

Nem me elevo aos outros.

Não sou maiúscula.

 

Alinho as palavras

mas muitas delas são comuns.

Têm a sua personalidade própria.

A sua presença pode  

englobar o mundo inteiro.

A gente de um povo.

 

Não uso palavras certas

para me fazer ouvir.

Todas têm uma parte

tónica.

São fortes:

graves,

agudas, como Amor,

esdrúxulas, até.

 

Não sou uma figura de estilo.

Sou um pássaro negro

pousado nas margens

de um paraíso secreto
 
onde brinco com as palavras.

4 comentários:

  1. Soberbo!!!

    Beijos
    Bom Domingo

    http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

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  2. Foi um gosto e com gosto que li.
    Gosto( de brincar com as palavras).

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  3. Encantada com o teu versar!! As tuas palavras desenham paisagens que encantam os olhos!!!

    Não uso palavras coerentes
    o que tenho são singelas letras
    que desenham a vontade, o querer.
    Rascunhos que rasgam os sentimentos.

    Gostei demais de ler as tuas rasuras!!!

    Beijos!!!

    Espero sua visita!!!

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  4. As palavras são simples a beleza é comum a quem a enxerga. Unindo singeleza e beleza temos um poema para quem o enxerga.

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