Descalço-me da Vida.
Descalço-me para a
poesia.
Envergo palavras de seda
rendilhadas de pérolas
de fantasia.
Reflito a Alma
que emerge no espelho
baço
da palavra escrita.
Sei que o Amor é
sombrio.
É nocturno.
Acende-se, contudo, o
rastilho.
Sinto tudo na planta
que emerge da flor
da pele.
Roubo-te.
Vamos dançar.
Ficas a meus pés
numa altura que não vi.
Não sei quem és.
Apenas te sorri.
Surges pela porta fora
da distância.
Vens inteiro,
quando te descubro
e mergulho a caneta no
tinteiro
do teu Amor.
És mendigo.
Queres que esteja
contigo.
Não me desnudo.
Não sei o que é o Amor,
digo-te.
Não te pedirei um beijo
por favor.
Abaixo da razão,
a anatomia do beijo
prende-me ao chão.
Estou aqui.
Possuo a tua língua.
Falámos com antónimos.
Beijamos com sinónimos.
Usamos paradoxos:
ardemos no fogo
que não vemos.
Falamos de coisas que não
entendemos.
E no fim colhes a flor
de inverno.
Respiro o Céu.
Estou morta na terra.
Sabemos o que o desejo
encerra,
agora.
(Re)visto-me a preto e
branco
quando vais em
contramão.
Fecha a porta.
Volta amanha.
Espero-te aqui.
Simplesmente fantástico!
ResponderEliminarBeijo
Bom fim de semana
Coisas de Uma Vida 172
Este teu poema é excelente.
ResponderEliminarGostei das tuas palavras, do ritmo, da sonoridade, etc., etc.
Foste brilhante, minha querida amiga.
Ana, tem um bom fim de semana.
Beijo.