Foto: Olga Boris
Apaga a luz.
Caminho sobre o abismo.
Viro-me para o lado de
dentro.
Ocorre um sismo.
O meu corpo não sente.
Desligo o coração.
Torno-me malabarista de
palavras
que atiro ao ar.
Apanhas?
Não! Sou mais do que
isso.
Apaga a luz.
Desconheço os silêncios,
quando navegas no meu
rio de letras
soltas nos meus cabelos
despenteados.
Olho para a raiz.
Vejo-a natural.
Única.
Verdadeira.
Estico até ao limite da
sua existência.
No fim corto significados.
A ausência fica marcada
mas de nada serve.
Encaracolo o que me resta.
Cubro de cor o (in) visível.
Fica bem? Sou mais do
que isso.
Apaga a luz.
Construo castelos de papel
com o que não te consigo
dizer.
São pedaços de nada.
São partes de nada.
Palavras de tinta permanente
que ficam cimentadas no coração
de quem sente.
Gostas da obra?
Sou mais do que isso.
Apaga a luz.
Atiro à queima-roupa.
Dizem que sou louca.
Assassina de profissão.
Atiro de forma certeira
com armas letais que vão
directamente ao coração.
Morreste? Não!
Chega!
Não tentes mais.
Na poesia podemos ser
tudo
de uma forma alinhada
sem nunca sabermos realmente
aquilo que somos.
Boa tarde...
ResponderEliminarEncontro este soberbo poema publicado no MEU/NOSSO Grupo... Entrei e adorei vou ficar, mas antes vou levá-la comigo.
Tenha um Domingo Feliz.
Beijo
Visite se quiser.
http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/
Já o li umas tantas vezes, de tão bom que é :) Parabéns, Ana.
ResponderEliminarhttp://planopalavras.blogspot.pt/