Foto: Hemail
Sou a bailarina da caixa de música.
Mantenho uma postura direita.
Há alguém que me espreita.
Ando nas pontas dos dedos.
Está o chão escorregadio.
Não quero cair.
Estico as mãos acima da minha cabeça.
Acima da razão.
Mostro assim o meu peito,
o meu coração.
Escorre a fonte de Vida.
Fecho os olhos.
Algo me envolve e me diz
que devo escrever o que a inspiração me diz.
O Calor emerge da raiz.
Limpo as impurezas,
palavras espumadas que se colam a mim.
Cubro-me de certezas.
A cascata cai sobre mim.
A música começa a tocar.
Começo a rodopiar.
Tudo se inicia com a clave que abre a porta para o Sol.
Não há ré(us) nesta musica que ouço.
Sou livre, contudo.
Não há Dó.
Apenas Lá.
Lá, aqui existe Sol que Fá(z) de Mi(m) e de nós, Si(e)
quiserem,
pautas de silêncios gritados.
Fica tudo sustenido
na respiração.
Somos (semi) mínimos no horizonte pautado.
Há um ritmo compassado.
Há um desassossego aprisionado.
Abro a colcheia mostrando o que o corpo diz ser.
A espuma escorre então pelo corpo.
Vai pelo cano. Puro engano!
Nada se perde.
Tudo fica à flor da pele pois a poesia é a essência
da nossa existência
Mortal.
Regresso ao mundo.
A música parou de tocar.
O espetáculo termina.
A bailarina para de dançar.
Tudo irá recomeçar,
quando a caneta o papel voltar a tocar.
Bom dia
ResponderEliminarMaravilhoso!! Adorei
Tem um lindo Domingo.
Beijos
http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/
É um belo poema, todos os dias aqui temos muita poesia, uns se destacam mais do que outros e hoje é este o caso.
ResponderEliminarUm poema muito bem escrito que merece
Parabéns
Votos de boa semana que se vai iniciar
Bailando, se pode ocultar um pouquinho razões e não razões...
ResponderEliminarsão sobretudo umas e outras que nos fazem tanto sofrer...
Maravilhoso!!! Parabéns
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