segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Apetite





As revoluções ocorrem

a solo,

sentados à mesa.



Na onda

do bota abaixo,

no restaurante quiseste

o aperitivo

e eu subi o vestido.



Trazia os seios envergonhados

e tu a desejar

que estivessem  destapados.



Rasgaste a roupa.

Trinchaste a pele.

Passaste a língua pelo molho.



Tremes.

Arrepio-te.

Suspiro.



Não quero os buracos

preenchidos com palavras.

Quero vácuo.

Tira-me o ar.



Vamos cair.

Gosto de catástrofes.



Sairemos ilesos

sem estarmos presos

a cartas predefinidas.



Agora podes pedir a comida.

Mas se não te faço falta,

não a peças.



Vamos abrir a noite

ou não tens apetite?

4 comentários:

  1. mmm... e que prato escolher, de tão delicioso cardápio?!
    Um beijo

    ResponderEliminar
  2. Mais um poema cheio de sensualidade.
    Beijo.

    ResponderEliminar
  3. Abrir a noite à sedução, à paixão, ao desejo...
    Beijos e abraços
    Marta

    ResponderEliminar
  4. Em ti, oh, bela Lilith, brindam, bebendo do mais sublime vinho, Dionísio e Pã. Deuses do ÊXTASE DIVINO! Beijos poéticos, oh, sacerdotisa do belo e do poético.

    ResponderEliminar