sexta-feira, 7 de julho de 2017

Por onde andas?

Foto: Anton Zhilin

Engulo o leite para crescer.

Dizem que tem cálcio.

Lavo as mãos na fonte.



Fecho as palavras dentro da boca.

Na língua está a intimidade.



Já não planto arvores.

Espero que cresçam fortes

e morram de pé.



Deito fora a alma,

agora que me expulsaste do Paraíso.

Quero saber como te soltas,

agora que me fizeste engolir tudo;

agora que me despenteaste o cabelo.



Por onde andas,

agora que tenho o diabo

no corpo? 

5 comentários:

  1. Ter o diabo no corpo a desocultar segredos...
    Uma boa semana.
    Beijos.

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  2. "Por onde andas,
    agora que tenho o diabo
    no corpo?"
    ... e o desejo me atormenta?...
    Um beijo!

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  3. Belo e ousado, em tua escrita vemos a sacralidade e a profanidade do erotismo literário. Tuas palavras são carregadas da mais pura poesia e tua alma de mulher e de poeta, é de uma natureza puramente lilithidiana. Beijos poéticos, oh, minha DOCE LILITH.

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