O Céu está cerrado
de Palavras.
Mordo o lábio.
Coloco as mãos na cintura.
É possível que chova.
Não sei se me abrigo
ou se me deixo molhar.
Letras soltas
caem sobre a capa
do corpo
vivo.
Poderás folhear-me
depois.
A Terra destila
palavras.
Cavo a sepultura
no buraco negro
da voz.
Perco o Tempo e
partilho o que me resta
contigo.
Fico com a cabeça
nas nuvens.
Há o perigo de a perder.
Não sei o que fazer.
Se os meus versos
são de água
e os teus olhos são solares,
há o risco de
chegar ao Céu.
O lápis
solta-se da mão.
Ressoa no Espaço,
firme chão.
Algo me diz.
Já não há constelações.
Apenas o rasto
de estrelas
inexistentes.
Desfaço-me contra a imaginação
e cai pó estrelar.
Penetro no núcleo da
página.
Uma tranquila brisa indomável
reescreve o Destino.
Segue o rasto dos
sentidos.
Rasgo os papéis.
Oriento as Palavras.
Há tempestade na gaveta.
Suspiro gemidos.
Espero que o dia chegue
e abro os braços.
O Espaço é estreito.
Toco a melodia
que guardei
na Galáxia do meu
Silêncio.
Deixo-te um pedaço de Paraíso.
É uma dádiva celestial.
Confesso:
escrevo poemas no Céu.
Tem de ser no Céu que poeta vive sempre nas nuvens...
ResponderEliminarE tu és, já deu para ver.
Beijinho.
Sempre fantásticos os teus poemas. Adorei
ResponderEliminarTenho poema que não quer sair.
Beijos, e uma feliz semana
http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/