sábado, 28 de maio de 2016

Vens ou não dá?



Foto: Mila Lyumila



Falo-te do rio

que banha a rosa escondida

debaixo do vestido

que (não) trago .

Neste caso,

este poema não será

seco.

 

Resisto ao grito

amordaçado

entre as pernas

mas não dá.

 

Há a água cega

que escorre

para não alimentar

os lábios.

 

Fico mais nua.

Menos desarmada.

 

Acordam os sons adormecidos

no jardim

e na pausa mais funda

rompe a colcheia

da intimidade.

 

Existimos em 3 D:

em via livre ou

entre quatro paredes.

 

Uma alternativa

é arranjar um

quarto na hora.

Não demores muito.

Espero-te agora

de mim fora.

 

Temos um terço no quarto.

Rezamos?

Nesse caso,

só temos 5 minutos.

 

Vens ou não dá?

2 comentários:

  1. Não dá para ignorar o estilo de poesia que fazes. Eu gosto...
    Beijos.

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  2. Não dá nunca... para não ficar encantada por aqui...
    Adorei este poema, que tem tanto de provocante, como de desafiante... como de fascinante!...
    Mais um trabalho fantástico, Ana! Parabéns!
    Beijinhos! Bom fim de semana!
    Ana

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