sábado, 15 de agosto de 2015

Acorda-me


 
Foto: Argoth
 
Acorda-me

adormecida e impenetrável.

 

Respiro os espaços

que habitas

sem mim.

 

Cobres-me de tudo

e nada impossível.

A chuva

solta-me das sombras.

 

Solto-me no impulso

de uma virgindade

que cai como luz molhada

que escorre do corpo.

 

A noite cai no vazio

que se encurta entre nós.

 

Agarra a nudez

na manhã submersa.

 

Mergulho nua.

O que te corre nas veias

é o que te faz gemer

a voz.

 

Sem palavras,

o poema livre

ganha asas

ao ritmo dos versos

que de mim respiras.

 

Acorda-me, agora,

sem palavras.

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