sábado, 27 de janeiro de 2024

Palavras do corpo



 Já não há nada a dizer.

O gesto conta uma história
Numa linguagem sem palavras.
Apenas os dedos rosnam.

Os pássaros traçam escuros voos.
Procuram um fruto para morder.
O odor emerge das raízes 
Das árvores que se pretendem
 abraçar.
Há fogueiras junto aos lagos.

Sustém a respiração:
O corpo não fica à superfície.
Fá lo regressar
Para o refúgio dos teus dedos
Proclamando o seu nome
no arrepio da manha.

Hoje afinal, tenho algo a dizer:
Não são palavras ridículas:
São as palavras do corpo. 

2 comentários:

  1. E que belas palavras.
    Gostei do poema, é excelente.
    Boa semana querida amiga Ana.
    Beijo.

    ResponderEliminar
  2. Olá Ana como sempre um Poema carregado de sensualidade Muito bonito Gostei Um Abraço

    ResponderEliminar