Foto: Bezheviy
Quando desejamos,
estamos mortos por algo.
Ficamos no lugar
do morto.
Vamos para a cama
e levamos o silêncio
magoado nos lábios.
Permite-nos estar direitos,
horizontais
com a ilusão dentro de nós.
De mansinho,
damos a mão,
o pulso,
a língua.
As partes não chegam.
Damos o corpo
às palavras engasgadas
na garganta.
Brincamos na cama
para atingirmos o ponto
insaciável com elas,
sem proteção.
Respiramos o vazio
entre o teto
e o chão.
Quando nasce o dia,
permanecemos acamados,
comprometidos com a saliva
que ficou na almofada,
enquanto dormíamos.
As nossas necessidades... são limitadas... mas os nossos desejos... são sempre ilimitados...
ResponderEliminarAlguns... ficam apenas nas almofadas dos sonhos...
Outros... fazem-nos dar tudo por tudo, para os realizar...
Adorei o poema! Forte, vibrante, cru... verdadeiro!
Beijos! Boa semana!
Ana
A imaginação não tem qualquer limite... Belo.
ResponderEliminarBeijo.
Belíssimo poema. Entre os desejos da noite, o vazio entre a cama e o tecto, e os amanheceres acamados.
ResponderEliminarxx
Muito bonito e imaginativo.
ResponderEliminarSaudações minhas!
Há dias assim no chão dos pássaros
ResponderEliminarhá desejos assim, que desalinham....
ResponderEliminarbeijo
Mais um poema brilhante.
ResponderEliminarGostei imenso.
Ana, tenha uma boa semana.
Abraço.