segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Sem penas



 
Escrevo-te palavras curvas

que voltam para

dentro.

Ando assim na órbita

de olhares alheios.

 

Falo-te de palavras vulgares

que existem no dicionário.

Nada é novo para nós

mas é preciso mudar o vocabulário.

 

És um ditado sem erros.

Coloco-te entre aspas

pois és original.

Não és cópia de ninguém.

És tu, apenas,

sem penas.

 

Posso amar-te mais tempo

apenas quando nada

em comum.

Há entre nós uma atração

grav(itacional).

Andamos entre marés.

às vezes altas outras baixas.

Sou uma Lua Nova.

Será que tu és?

Não! És

terrestre.

Olho-te de cima.

 

Ficas sem penas.

Eu sobre elas me deito.

Não consigo amar-te de outro jeito.

 

Deixa-me não me deixando.

Leva-me não me levando.

Toca-me não me sentindo.

Suspende o teu voo

e fica comigo,

sem penas.

2 comentários:

  1. Bonito poema, adorei!
    beijos

    http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

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  2. Belo e expressivo poema; gostei, assim como gostei das demais criações poéticas que pude, até então, ler...
    Abraço e apareças.

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