domingo, 18 de janeiro de 2015

A Queda


 
Foto: Bezheviy
 
 
Das pedras da rua,

a Palavra

que é lapidar,

ergo o teu corpo

que irei habitar.

 

Se és uma poesia

que surgirá dos poros

frios do Silêncio,

aconchega-a no cobertor

da tua voz.

Não pode constipar.

Haverá sempre uma história

para contar

e para isso,

não é preciso rimar.

 

Chegas antes de te ver,

nas palavras

presas no calor da mão,

agarradas a linhas (in)sensatas

de te querer.

 

Respiras na página

quando desfaço

o abecedário

e lhe dou um novo sentido.

 

Há um problema:

se não souberes ler,

nunca irás compreender

o que te quero dizer.

Diz-se que a Poesia

está escrita em linhas

silenciosas,

ocultas.

É preciso ler nas entrelinhas.

 

Levanta-te.

Vai descendo as escadas,

versos com figuras de estilo,

versos sem comparação.

Vão fazer-te escorregar

no abismo da imaginação.

Agarra-te ao corrimão.

 

Assim vais de asas fechadas

cair no sentido vertical.

Irei amparar-te a queda

num enlace horizontal.

 

E no final, caíste?

1 comentário:

  1. Com base nas suas postagens e por admirar seu trabalho, eu vim aqui especialmente para te dizer que te indiquei para receber o selo de Blog Fofo, espero que goste!!!
    Entenda melhor dando uma olhadinha no post do meu blog: Selo de Blog Fofo.
    Abraços!!!

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