sábado, 2 de março de 2013

Inocência perdida

As palavras perderam a inocência
Já não são virgens
Pois fizeste amor com elas
Despiste-as na noite
que se pintou de negro
e delineaste os seus contornos.
com a ponta da caneta.
Profundamente.
Sentiste bem de perto as suas curvas
Deitaste-as sobre o lençol branco de papel.
Lentamente.
Vagamente.
Sentiste as palavras cruas
Despidas e que serenamente crepitaram e arderam
face a teus olhos.
Deitaste-te sobre elas
E sentiste a urgência
De as possuir.
E foi esse poema que tomaste para ti
E foi assim que renasceste, nessa manha húmida de inverno.

3 comentários:

  1. Porque um texto tão cheio de imagens está sem comentários? Meu beijo.

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  2. Mais tarde ou mais cedo, tudo perde a sua inocência...
    Excelente poema, gostei muito.
    A_P, minha querida amiga, tem um bom fim de semana.
    Beijo.

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  3. Gostei do seu poema, mas eu amei esses versos:
    "As palavras perderam a inocência
    Já não são virgens"
    Saludos!

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