segunda-feira, 29 de outubro de 2012

As Sombras

No quarto onde morava
As paredes eram frias
E o Sol morria
E vestiu de luto os seus dias.
Iludiu-se com o descanso que julgava ter
Mas cresceram os murmúrios dolorosos
E as folhas iam caindo no jardim.
A Sombra triste e forte a envolveu
E Maria leu com ela
O livro da Dor, que a Sombra lhe ofereceu.
O Amor passou pela sua janela
Chamou Maria,mas recusou-se a vê-lo
Entregou-se à Sombra
Pois achava que não podia merecê-lo.
Toldaram-lhe as lágrimas amargas
E sentiu enraivecer as suas feridas
E as lágrimas escorreram
E ninguém as viu
Cair dentro de si.
A noite repousou sobre ela
Enquanto a Dor era a sua tortura
E a fazia soluçar
Pela noite escura.
No silêncio,o seu Ser fez-se cinzas,
Tornou a sua alma pó.
Mas num simples escrever
Delineou o que sentia
sem nunca o dizer.
Tirou os versos do pensamento
E fez deles o sonho e o encanto do momento.
Sabe que nas Sombras existe medo,
Mas o medo tornou-se vontade de Ser,
de condensar o mundo no grito
Do verso inacabado
Que a faz dizer à Sombra em segredo:
"Podes existir em mim,mas não irás tornar-me igual a ti".

2 comentários:

  1. Poesía llena de nostalgia y, a la vez, determinación por algo que fuimos y no creimos.
    Preciosa Poesía.
    Un abrazo.

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