terça-feira, 5 de outubro de 2010

Jogamos?



Jogamos algo apenas conhecido de nós
Agarramos no que temos e fazemo-lo quando estamos sós.
Envolvida no véu a cobrir o que é meu
Queres descobrir o que tenho para dizeres que é teu.
Jogamos à cabra-cega e ficas de olhos vendados
Tentas percorrer caminhos que sempre te foram vedados.
Percorres os vales e os rios
Procurando à fonte chegar
Mas tu não sabes o que irás encontrar.
Reina apenas a escuridão
Mas nada está perdido
Tentas na mesma entrar no jardim
E comer o fruto proibido.
Começa a nevar sobre nós e sentimos o prazer verdadeiro
Pois não se sente o frio pois o gelo começa a derreter
São as chamas do desejo que o fazem aquecer.
E é nessa água, aquecida por nós, que mergulhamos
De uma forma atroz
E que revela a verdadeira natureza:
Muitas vezes cegos pelo desejo não vemos a beleza.

1 comentário:

  1. O desejo depois de termos visto a beleza é ainda melhor...
    Belo poema, querida amiga.
    Gostei imenso.
    Boa semana, beijos.

    ResponderEliminar