
Os segundos contam
Os minutos parecem horas
E às vezes as horas parecem segundos
E o tempo passa.
Hoje entrego-me às palavras que me revelam a essência.
Entrego-me aos dias que correm e às noites, por vezes demasiado longas, em que o meu ser adormece e vagueia por pensamentos dispersos.
Prendo-me á essência socrática acreditando apenas, sabendo apenas que “nada sei”.
Observo e ouço.
Defino limites mas não superioridades, embora em algum momento nos sintamos superiores.
No dia-a-dia ponho de lado o papel e a caneta e aceito desempenhar o papel de profissional que sou.
Mantenho-me contudo, fiel aos meus valores mas tento evitar pensar no que escrevo.
E de repente sinto-me desfragmentada e vejo que o que escrevo e o que vivo só se encontram durante momentos: quando pego na caneta e começo a escrever.
Sinto que nesses momentos liberto muito mais do que seria de esperar.
Se ler o que escrevo em voz alta sinto que as palavras deixam de fazer sentido. Leio em silêncio pk caso contrário as palavras soarão estranhas.
Por isso, apenas escrevo ao sabor dos pensamentos e quando acabo fecho o caderno e tento adormecer em paz deixando para outros o prazer de lerem (ou não), de criticarem (ou não) positiva ou negativamente aquilo que, num momento de inspiração, necessidade ou desabafo, escrevi com a alma na ponta da caneta….