quarta-feira, 28 de agosto de 2013

O poema do avesso

Não sou nada.
Não sou ninguém.
Sou um anjo selvagem.
Livre!
Aprisionada no Amor de Alguém.
Apenas isso.

Sou uma mendiga.
Peço pouco.
Quando me dás algo,
quero tudo.

Tenho insónias.
Gosto de dormir pouco.
Quando durmo, sonho contigo.
Não gosto!
Prefiro descer das nuvens do sonho
e apanhar-te na esquina da realidade.
Posso percorrer as curvas do teu corpo.
 
 
Julgo que não tens saudades minhas.
Sou tua mas não me tens.
Olhas para os malmequeres.
Nada te dizem.
Recordas os cabelos doirados da tua amada.
É uma doce lembrança.
Assim, amas os malmequeres depois de mim.

Posso morrer.
Nesse momento caio na vertigem.
É o teu beijo que me tira a vida.
Sinto a tua vida a fugir-me por entre os dedos.
É o nosso corpo que fala
através da Poesia.
Entrelaçamos a nossa história.
Tornamo-nos poetas anónimos.

Agora, sentada à secretária,
a caneta rabisca o papel
como se soubesse alguma coisa.
A caneta não tem tinta.
Afinal não sabe nada!

3 comentários:

  1. Olá, como está?
    Sabe, a caneta do poeta sabe sempre inconscientemente o que vamos escrever!
    Até mais que o teclado do computador!...
    Bom fim de semana para si!
    Saudações poéticas!

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  2. Acho que a caneta sabe muito, sim! :)

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