Fico no fundo
das escadas
olhando o espelho
que me desfaz
em infinito
pó.
Estilhaça-me.
Desperta a manha.
Corre o rio.
Olho esse espelho de
água.
Sei que um sopro de ar
o fará vibrar.
Em linhas de água
escorro.
O Céu é impossível.
Não posso voar.
Apenas se me evaporar.
Não vou atrás de
Palavras.
Corro na Terra
nos vales,
montes.
É essa palavra que me
prende à nascente.
Ficas com a boca
enredada
nas linhas de água,
versos meus.
Vais mais fundo.
Mergulhas.
Agita-se a luz sem
querer.
Fico dentro das coisas.
Evaporo com o calor
do teu olhar.
Atravesso o portal
Temporal.
Soa o eco das
profundezas.
Ouço o Silêncio dos
Mortos.
Fico no profundo
espelho de água:
reflexo sem voz.