Já não há nada a dizer.
O gesto conta uma história
Numa linguagem sem palavras.
Apenas os dedos rosnam.
Os pássaros traçam escuros voos.
Procuram um fruto para morder.
O odor emerge das raízes
Das árvores que se pretendem
abraçar.
Há fogueiras junto aos lagos.
Sustém a respiração:
O corpo não fica à superfície.
Fá lo regressar
Para o refúgio dos teus dedos
Proclamando o seu nome
no arrepio da manha.
Hoje afinal, tenho algo a dizer:
Não são palavras ridículas:
São as palavras do corpo.