A menina do outro lado
Vive na rua do quadrado .
Olha para o calendário
Que não lhe diz a idade.
Bate com a cabeça nas esquinas
Encurralada por paredes solitárias .
Esqueceu as curvas da existência.
Encontra se em dias de sol
Quando olha as paredes
E vê o chão que pisa.
Tropeça nas interrogações
Recolhe os pedaços
Para ver o que está errado.
Mas ela vê mal.
Está tudo desfocado.
A coragem vem quando
A terra treme debaixo dos pés
E se salta para o abismo
Para se ver a luz.
Há rostos vivos que a reanimam
Quando ela teima
em pousar a cabeça
Nos fantasmas familiares.
Volta a respirar
No buraco negro sem tempo
Sem espaço
Mas com marcos de memória.
Se a noite terminar,
Não estará sozinha.
Pode dormir tranquila:
O desejo de voltar
Vela lhe o sono.
Belo Poema como sempre gosto de te ler Benvinda Ana Beijo
ResponderEliminarVc escreve muito lindamente! Já estou seguindo aqui para voltar. Bju
ResponderEliminarAinda bem que voltaste a escrever/publicar, porque o que escreves é muito boa poesia.
ResponderEliminarE este poema não foge à regra, é excelente.
Bom fim de semana querida amiga Ana.
Beijo.