O corpo cansado dorme na
cama.
Ninguém me chama.
Não tenho chão.
Não sei se voltas.
Não tenho as algemas soltas
(de ti).
Sinto os arrepios da tua
ausência.
A espada do Silêncio
trespassa-me.
Não escuto os teus passos.
Na noite oca e vazia,
num gesto subtil, sinto os
dedos da Poesia.
Amo-te assim, com a alma do avesso
enquanto te escrevo
e aguardo o teu regresso.
Arranco o grito do peito.
O meu coração cabe na mão,
perfeito.
Dou asas à minha alma.
O corpo não tem limites.
Mostro o peito que revela o
Amor bordado
que na minha gaveta tenho
guardado.
Existes mas não estás.
És a ilusão acordada para
mim.
Sombria, escondo-me debaixo
das pestanas.
Pouso-as caladamente.
Vens a abraças-me devagar.
Os lábios falam a linguagem
que a palavra desconhece.
Afinal, ainda não é tarde
para nós.
me gusto mucho este poema, y me gusta mucho los fados y una de las cantantes favoritas Dulce pontes
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