quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Sem saberes, matas-me


Nas margens do teu ser

nasce o poema.

Gotas de orvalho,

palavras frágeis,

desvanecem-se ao tocar-te.

Morro com elas.

 

Sonho contigo.

Há a ânsia de te tocar,

meu pássaro de fogo.

Sou descuidada.

Não te consigo agarrar.

Entre as minhas mãos e o teu corpo

fica a Saudade e o vazio.

 

No fim do tempo, toco-te.

Pouso a cabeça no teu ombro.

O cabelo cobre-me o rosto.

As lágrimas escorrem devagar.

O teu sorriso seca-as.

A minha boca fica aprisionada

nos beijos quentes:

a nossa Liberdade.

 

Nasce o poema alado

que no meu corpo trago.

Tudo começa com o verso

que tem a força do Universo

e que está gravado no meu avesso:

Sem saberes, matas-me (poeticamente).

2 comentários:

  1. Que linda Poesia Ana... tem força, expressão e delicadeza. Para nossa alegria, existe vida após a morte (poeticamente). Parabéns ! abraços

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  2. Mais um excelente poema.
    Gostei muito.
    Querida amiga, tem um bom domingo e uma boa semana.
    Beijos.

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