terça-feira, 3 de setembro de 2013

Não contes a ninguém


Deitei-me no sofá.

Sentia-me cansada.

Acabei por adormecer.

Nem dei por nada.

 

Sentia a presença de alguém perto.

Emergiu um calor de repente.

Foi o teu olhar incendiado.

Não me apercebi imediatamente.

Aconcheguei-me no sofá.

Deitaste-te a meu lado.

Viste-me de costas voltadas.

Rodeaste o meu corpo.

Despenteaste os meus cabelos.

Afastaste os meus pesadelos.

Chamei por ti

Estava no meio de um sono agitado.

Não tenhas medo. Estou a teu lado.

Beijaste o meu pescoço devagar.

Senti o teu ansioso respirar.

Fiquei a flutuar.

 

Mesmo sem veres o meu rosto

conseguiste ver-me através da roupa.

Fiquei despida com o teu olhar.

Rodei nas tuas mãos.

Mordeste os meus lábios

como um amante insaciado.

Vagueaste pelo meu corpo que desfolhaste da roupa.

Vi o teu rosto loucamente apaixonado.

Nada se perdeu em mim.

O meu grito ecoou na tua pele

onde pesava o coração.

Agarraste-me com força enquanto era palpável.

Nada se perdeu de nós.

 

Voltou a primavera.

Colhi o teu sorriso com as mãos.

Guardei-o dentro de mim.

Amo-te e quero-te assim.

 

Desperto e desapareceste.

Não agarrei nada do que em mim tocou.

À luz do dia tenho um segredo

Sonho contigo para te amar quando quiser.

Não contes a ninguém.

2 comentários:

  1. Digno de uma alma inspirada ;)

    http://planopalavras.blogspot.pt/

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  2. Sofá inspirador...
    Magnífico poema, gostei muito.
    Querida amiga, tem um bom fim de semana.
    Beijo.

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