Na Saudade não há enlace.
Estende-se a mão e não há
alcance.
É o rio que corre no
leito,
que escorre e inunda o
peito.
Não volta atrás.
Vasculharia as palavras
no fundo da gaveta
para as espalhar no
deserto do papel.
Juntaria as letras.
Formaria palavras.
Afinal precisaria de
companhia.
Não gostaria de estar
sozinha.
As palavras nada diriam.
Ficaria entre a Vida e a
Morte.
Ficaria entre o Grito e o
Silêncio.
A página deserta
tornar-se-ia uma ferida
aberta.
Com palavras violentas ou
ternas
cavaria fundo a sepultura
com as mãos fechadas em torno da caneta,
instrumento de tortura.
Seria uma boneca com olhos
de esperança
perdidos nos sonhos
de quem se ama e não se
alcança.
Seria uma Vida que passa
lenta.
Seria de pouca dura.
Contentar-me-ia a olhar
para as mãos vazias
em busca dos teus restos
de ternura.
No final seria a Rosa da
Saudade
sem espinhos e sem idade.
Brotaria sem chão
na lembrança de um novo
Amor
com feições desconhecidas.
Olá poetisa.
ResponderEliminarA saudades é para mim uma palavra maldosa.
Gostei de "Na Saudade não há enlace."
Parabéns.
Sálvio Sérgio
http://salviosergiocampos.blogspot.com.br/
Adorei ler ;)
ResponderEliminarParabéns!
http://planopalavras.blogspot.pt/
Sensível.
ResponderEliminarCoisas da saudade que vai desenhando suas letras no papel.
Abraços